1,6 milhões de estudantes matriculados em licenciatura, especialmente em Pedagogia (CNE/MEC), via EAD. Formação de professores: Enade (modalidade presencial) vs. transição para formação remota. (Fonte: MEC)
A ABED expressou apreensão com a hipótese de o MEC validar a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que busca tornar obrigatória a presença de aulas presenciais no Ensino a Distância, com pelo menos 50% da carga horária dedicada a essa modalidade.
Essa exigência de aulas presenciais no EAD pode impactar significativamente o ensino superior, trazendo mudanças no cenário do ensino educacional no Brasil. É fundamental considerar os desafios e benefícios dessa proposta para garantir a qualidade da formação dos futuros profissionais da área.
Impactos da Exigência de Aulas Presenciais no Ensino a Distância
De acordo com a instituição, milhões de brasileiros correm o risco de serem excluídos do ensino superior a partir desta medida. Atualmente, segundo a ABED, cerca de 3,5 milhões de pessoas cursam o ensino superior de forma remota. Destes, 1,6 milhão estão matriculados em cursos de licenciatura e podem ser afetados caso a mudança ocorra. A CNB noticiou que o MEC pretende homologar a decisão do CNE e estabelecer um período de transição. Para o MEC, é preciso colocar um freio de arrumação na educação à distância. Fontes da pasta afirmam que esse tipo de curso de formação se espalhou pelo país — especialmente depois da pandemia de Covid-19 — sem levar em conta critérios reais de qualidades de ensino.
Desafios na Formação de Professores na Modalidade EaD
João Mattar, presidente da ABED, argumenta que a atuação preventiva do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar a qualidade da educação a distância mostrou que o formato tem apresentado problemas similares à modalidade presencial. Mattar afirma que vivemos num momento de muitos problemas para enfrentar, com preconceito vindo do puro desconhecimento do papel da modalidade no Brasil.
Formação de professores na modalidade EaD tem sido uma realidade crescente. Um estudo divulgado pelo ‘Todos pela Educação’ no final do ano passado revelou que seis em cada dez formandos de cursos de licenciatura estudaram à distância. Esta modalidade de formação de professores mais do que dobrou em uma década, entre 2012 e 2022, no Brasil. A proporção é superior à média de outras profissões, com 31% dos concluintes tendo completado o ensino superior remotamente.
Desempenho e Avaliação dos Estudantes na Modalidade EaD
Uma pesquisa mostra que nove dos cursos formadores de professores tiveram queda de desempenho no Enade 2021 na modalidade EaD, distanciando-se da avaliação obtida por alunos de cursos presenciais. São eles: Artes Visuais, Ciências Biológicas, Educação Física, Física, Letras-português, Letras (português e inglês), Música, Pedagogia e Química.
Desafios persistem na educação a distância, e a demanda por qualidade no ensino educacional continua a ser um ponto de destaque. É necessário um equilíbrio entre a flexibilidade oferecida pelo ensino a distância e a qualidade do ensino, especialmente na formação de professores. A transição para a exigência de aulas presenciais no EaD traz consigo desafios significativos, mas também a oportunidade de aprimorar o sistema de ensino superior no Brasil.
Fonte: © CNN Brasil
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